Como programas estruturados de saúde organizacional podem ajudar as instituições a alcançarem melhores resultados? Esse foi o assunto que permeou as discussões do X Encontro de RH, promovido pela Escola Nacional de Seguros, na última quarta-feira, 28 de setembro, em São Paulo (SP), para cerca de 80 gestores da área de Recursos Humanos.

Com o tema “Saúde Organizacional – Alavancando Resultados”, o evento contou com palestras de representantes da consultoria McKinsey & Company, que falaram sobre a importância desses projetos para as empresas e as formas mais eficientes de implementação.

Em sua palestra, a sócia do escritório de São Paulo da McKinsey, Ana Karina Dias, explicou definições de saúde organizacional e falou sobre práticas de gestão. “Uma companhia saudável é aquela com capacidade de alinhar e executar projetos no longo prazo, colocando-se à frente da concorrência, com foco no engajamento dos colaboradores, lideranças coesas e processos bem definidos.

Segundo Ana Karina, as instituições que investem em saúde organizacional têm probabilidade de ter retorno financeiro até três vezes maior do que aquelas que não adotam as mesmas práticas. “Saúde dá dinheiro. Em uma instituição, a saúde representa cerca de 50% do desempenho”, afirmou.

A executiva explicou, no entanto, que muitas companhias concentram as atenções no retorno dos projetos, mas não realizam o acompanhamento contínuo da forma correta. “As organizações gastam muita energia no desempenho. Mas se não trabalharem o alinhamento, a execução e a renovação, não há um desempenho excepcional no longo prazo”.

Dados da McKinsey apontam que 70% dos programas de transformação corporativa não são bem-sucedidos. Esse resultado está associado a fatores como falta de influência da liderança, resistência por parte dos funcionários e recursos inadequados.

Seguradora saudável

Ana Karina afirmou que as empresas do setor de seguros tendem a ser mais saudáveis do que as de outros segmentos. Segundo ela, companhias que mantêm alinhamento sólido entre seus objetivos e processos têm 75% de probabilidade de alcançarem uma pontuação superior no quesito saúde organizacional.

É o caso da SulAmérica, que, após realizar pesquisa sobre saúde organizacional, reestruturou os processos da empresa e desenhou uma estratégia para o longo prazo. De acordo com a diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade da companhia, Patrícia Coimbra, a seguradora passou por uma transformação focada em pequenos experimentos e um conjunto de provocações.

“Passamos a ser uma organização realmente focada em clientes, com um organograma mais simples e metas compartilhadas, além de trabalharmos a motivação e meritocracia dos funcionários. A empresa se tornou mais colaborativa e eficiente”, explicou Patrícia, em sua apresentação.

A seguradora já colhe os frutos da nova gestão. Na última pesquisa de engajamento realizada com os funcionários, as respostas favoráveis sobre os processos da companhia passaram de 59%, em 2013, para 75%, em 2015. “Melhoramos consideravelmente nossos índices de engajamento, orientação externa, sustentabilidade, suporte organizacional e comunicação. Neste mercado, precisamos estar atentos à concorrência para nos mantermos fortes o tempo todo”.

Segundo a diretora de Ensino Técnico da Escola Nacional de Seguros, Maria Helena Monteiro, o mercado de seguros no Brasil evoluiu de 1% para 6% do PIB nos últimos 15 anos. “Temos um potencial enorme para expandir o segmento. Por isso, é fundamental discutirmos temas relevantes como este, diante do momento crucial da economia. As lideranças de recursos humanos têm uma responsabilidade imensa nesse cenário, que é trabalhar a questão da saúde organizacional”, concluiu.

Fonte: SEGS